Não me manifestei antes porque eu estava meio em estado de choque, não conseguia acreditar que 235 pessoas morreram pela negligência de um.
Então, uma semana depois, resolvi escrever um texto em reflexão sobre o assunto. Ele é bem parecido com o outro, Capuccino, Sentimentos e Starbucks, só que (bem) mais pesado.
Não espero que gostem, só que reflitam sobre a tregédia.
Eu estava morrendo.
Estúpida, tinha saído naquela noite só para afastar os meus pensamentos de você. Daquela nossa briga de ontem a tarde, de você dizendo de que nunca me amou… Mas não sabia em tudo que isso ia dar. O fogo...
E Não havia o que fazer, eu estava morrendo.
Meus olhos ardiam da fumaça, eu não enxergava nada. As pessoas, as que ainda não tinham morrido, gritavam e tentavam correr para uma portinha, a única saída. Umas morriam tentando, e acredito que só algumas conseguiram.
E eu estava morrendo.
Quando percebi que o fogo tinha começado a se proliferar, entrei em pânico. Eu estava dançando, mas nem a música alta espantava você de minha cabeça. Tentei ir para a saída, mas o guarda não me deixou sair porque eu não havia pagado a comanda.
E agora eu estava morrendo.
Não havia bebido essa noite, porque havia que dirigir e levar as minhas amigas para a casa.
Elas haviam morrido.
Eu estava tossindo muito, sabia que estava para morrer. Mas não era assim que eu tinha previsto o meu fim. Na verdade, não se da para prever as coisas, o destino é imprevisível.
Na confusão toda, me encontrava longe do fogo, cercada de pessoas caídas, e daqui a pouco seria mais uma delas.
Vi uma luz piscando no chão, peguei e vi que era um celular. Li a nova mensagem: "filho, volte logo para casa. Mamãe está preocupada."
Meu coração partiu mais ainda.
Não dava mais tempo, estava morrendo.
Digitei desesperadamente seu número e escrevi "Estou morrendo, mas eu te am
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